Não ao Desemprego

Todos nós conhecemos de perto alguém a quem o Desemprego é uma realidade. Situações muito graves vemos todos os dias e a coisa tem potencial para aumentar e causar estragos incríveis ao nível da Segurança Social, ordem pública, para não falar na dinâmica da economia e das finanças.
Tenho um emprego, gosto de trabalhar, às vezes claro que me sinto cansada e não me apetece ir, desistir principalmente por agora ter alguém sobre a minha alçada que é mais importante do que o emprego. Mas essa pessoa agora também depende do meu emprego e eu não vou/posso desistir.
Como já algumas vezes aqui citei, O Caderno de Saramago, volto hoje a citar uma passagem do seu último texto. Um discurso sobre o desemprego, coloco aqui só a parte final, mas o texto é no seu todo muito bom e apela bastante às nossas consciências e às daqueles que são responsáveis pelo que se passa por aí.

"Dizer “Não ao Desemprego” é um dever ético, um imperativo moral. Como o é denunciar que esta situação não a geraram os trabalhadores, que não são os empregados os que devem pagar a estultícia e os erros do sistema.

Dizer “Não ao Desemprego” é travar o genocídio lento mas implacável a que o sistema condena milhões de pessoas. Sabemos que podemos sair desta crise, sabemos que não pedimos a lua. E sabemos que temos voz para usá-la. Frente à soberba do sistema, invoquemos o nosso direito à crítica e ao nosso protesto. Eles não sabem tudo. Equivocaram-se. Enganaram-nos. Não toleremos ser suas vítimas.

José Saramago"